Não Existe Mulher “pra Casar”, Todavia Homem…

20 May 2019 12:11
Tags

Back to list of posts

<h1>Especialista Ensina cinco Dicas Infal&iacute;veis Para Conquistar Um Homem</h1>

<p>Em maio passado fiz por&ccedil;&atilde;o de uma banca de doutorado na USP. A tese era a respeito de John Milton, o candidato era Martim Vasques da Cunha e na altura argumentou duas coisas que j&aacute; repito. A primeira era que o autor n&atilde;o tinha s&oacute; escrito uma tese de doutorado em &Eacute;tica e Filosofia Pol&iacute;tica. Ele tentava fazer uma obra —passo a passo, de agonia em agonia— e a medita&ccedil;&atilde;o sobre o pensamento pol&iacute;tico de John Milton era uma perpetuidade em rela&ccedil;&atilde;o a um livro anterior sobre o assunto Thomas More.</p>

<p>&Eacute; vi&aacute;vel que a modernidade, e a era das &quot;ideologias&quot; que ela destacou, tenha esquecido essa categoria &eacute;tica fundamental. A linguagem pol&iacute;tica, ao menos a come&ccedil;ar por Maquiavel, passou a cuidar dos defeitos &quot;exteriores&quot; &agrave; vida dos homens. Quais os limites da a&ccedil;&atilde;o governativa? Quais os direitos que assistem aos governados? O que &eacute; um regime leg&iacute;timo? &Eacute; Hora De demonstrar Sobre R&eacute;veillon o que fazer com um regime ileg&iacute;timo? Maquiavel n&atilde;o foi citado por sorte. O que esse monstruoso pensador fez (e &quot;monstruoso&quot; em numerosas dimens&otilde;es da frase) n&atilde;o foi somente uma cis&atilde;o entre a moralidade crist&atilde; e a moralidade pag&atilde;, como disse Isaiah Berlin.</p>

<p>Maquiavel foi ainda mais retirado —e por aqui Quentin Skinner &eacute; mais sagaz do que Berlim: ele operou uma cis&atilde;o dentro da pr&oacute;pria moralidade pag&atilde;. No momento em que o florentino, em &quot;O Pr&iacute;ncipe&quot; ou nos &quot;Discursos&quot;, faz uma apologia da &quot;virt&ugrave;&quot; cl&aacute;ssica, ele n&atilde;o est&aacute; a prestar a sua homenagem aos antigos (como C&iacute;cero, tendo como exemplo). Pra Maquiavel, &quot;virt&ugrave;&quot; era nesta ocasi&atilde;o um instrumento para &quot;mantenere lo Stato&quot; —um aparelho que legitimava a dureza, a farsa, a dissimula&ccedil;&atilde;o.</p>

<p>E essa &quot;ordem da alma&quot;, que &eacute; um interesse pr&eacute;-pol&iacute;tico e sem a qual a &quot;res publica&quot; ser&aacute; a todo o momento um regime degenerado? Porque bem: n&atilde;o h&aacute; duas sem 3. Simpatias Pra Arrumar Namorado: Bye-bye, Solteirice! de Thomas More e John Milton, Martim Vasques da Cunha escreve sobre o Brasil atrav&eacute;s de alguns nomes &quot;can&ocirc;nicos&quot; da sua literatura.</p>

<p>&Eacute; um erro ler &quot;A Poeira da Gl&oacute;ria&quot; (t&iacute;tulo) como uma &quot;inesperada hist&oacute;ria da literatura brasileira&quot; (subt&iacute;tulo). O alvo do autor n&atilde;o &eacute; a literatura; &eacute;, como sempre, as consequ&ecirc;ncias &eacute;ticas e pol&iacute;ticas que a aus&ecirc;ncia de &quot;liberdade interior&quot; nos escritores brasileiros provocou no estado. Isto &eacute; not&oacute;rio em autores t&atilde;o intoc&aacute;veis como Machado de Assis, Oswald e M&aacute;rio de Andrade - e at&eacute; em Guimar&atilde;es Rosa, um g&ecirc;nio da palavra que se ficou somente por um &quot;pacto diab&oacute;lico&quot; com as express&otilde;es.</p>

<p>Todavia, se sendo assim foi, onde reside a dificuldade do &quot;esteticismo&quot; exclusivo? Almejo Namorar Um Homem Trabalhoso , esse &quot;esteticismo&quot; exclusivo tem implica&ccedil;&otilde;es pessoais, sociais e pol&iacute;ticas que resultam do abismo entre a realidade e a fantasia que muitos escritores tomaram como realidade. Este &quot;baile de m&aacute;scaras&quot; come&ccedil;a por embotar o pr&oacute;prio autor —e s&atilde;o pungentes, tais como, os textos confessionais de Lima Barreto— o teu &quot;ennui&quot; e o seu sentimento de &quot;covardia&quot;. Ou, como Gonzaga de S&aacute; comunica a Machado, haver&aacute; superior inferno do que estarmos s&oacute; condenados a &quot;girar ao redor&quot; da gente pr&oacute;prios —como se f&ocirc;ssemos a besta na jaula do not&aacute;vel poema de Rilke?</p>
<ul>

<li>Um calcinha sua,</li>

<li>um de outubro de 2016 &agrave;s 12:34</li>

<li>Ap-tchagui - Chute frontal dobrando o joelho</li>

<li>Desenvolva o teu potencial sedutor</li>

<li>Enorme Menina, Pequena Mulher (Uptown Girls)</li>

<li>A toda a hora tenha uma call-to-action bem determinada</li>

</ul>

<p>Contudo existem assim como implica&ccedil;&otilde;es sociais. Visto que um autor podes subestimar o real com o seu pr&oacute;prio real. Infelizmente, o primeiro n&atilde;o desaparece com o segundo. Habitar o universo &eacute; habitar os dilemas morais que a cada instante nos assaltam. A pergunta &eacute; &oacute;bvia: como enfrentar com tais desafios no momento em que o &uacute;nico &quot;tecido muscular&quot; que temos &eacute; est&eacute;tico e n&atilde;o &eacute;tico? A resposta t&iacute;pica do intelectual &eacute; o ressentimento: tentar achar &quot;l&aacute; fora&quot; (nos pares, na &quot;na&ccedil;&atilde;o&quot;, at&eacute; em Deus) o que ele foi incapaz de descobrir &quot;c&aacute; dentro&quot;. &Eacute; um livro que nos surpreende, intriga questiona - e v&aacute;rias destas inquieta&ccedil;&otilde;es est&atilde;o no di&aacute;logo mais abaixo com o autor.</p>

<p>Contudo uma coisa parece-me evidente: n&atilde;o ser&aacute; mais poss&iacute;vel imaginar as letras no Brasil sem afrontar a robusta e fascinante interpreta&ccedil;&atilde;o que Martim Vasques da Cunha publica sobre. Voc&ecirc; interpreta a &quot;intelligentsia&quot; brasileira como dominada pelo esteticismo, desprezando as dimens&otilde;es &eacute;ticas e transcendentais da exist&ecirc;ncia. Inexist&ecirc;ncia esclarecer o b&aacute;sico: por causa de porqu&ecirc; h&aacute; essa prefer&ecirc;ncia pelo esteticismo?</p>

<p>Dessa maneira voc&ecirc; quer que eu conte a vasto surpresa do livro para os leitores (risos)! Voc&ecirc; &eacute; capaz de apresentar um exemplo —da literatura brasileira ou universal— em que uma enorme obra liter&aacute;ria surge despojada de qualquer prop&oacute;sito moral? Dez Dicas De Conquista sim —inclusive eu at&eacute; amo de algumas delas, todavia sempre fico com um p&eacute; atr&aacute;s. ]. Na literatura universal, desejamos permanecer com o simbolismo de Mallarm&eacute;, algo estonteante em termos est&eacute;ticos, no entanto que n&atilde;o tem aquela fagulha que socorro o sujeito a enfrentar as ambiguidades da exist&ecirc;ncia.</p>

<p>Tua observa&ccedil;&atilde;o de Machado de Assis &eacute; dur&iacute;ssima e a acusa&ccedil;&atilde;o &eacute; implac&aacute;vel: Machado era um fingidor, que usava o v&eacute;u est&eacute;tico para ocultar quem era. Voc&ecirc; n&atilde;o descobre que &eacute; poss&iacute;vel narrar o mesmo sobre isto Fernando Pessoa? Voc&ecirc; deposita uma enorme f&eacute; no poder da cultura como promotora das virtudes cardeais.</p>

Comments: 0

Add a New Comment

Unless otherwise stated, the content of this page is licensed under Creative Commons Attribution-ShareAlike 3.0 License